
Os ecos gramofônicos
de sua voz sob o chuveiro
vão encontrar Pasárgada
em um longo fevereiro.
Os restos burocráticos do dia,
sob o chuveiro,
derreterão como gotas de limão
no tempo de um beijo.
Sempre um pouco de ti
– cheiro, sapatos, cabelo –
vai deixando rasto pela casa
e pelo mundo inteiro.
E o mundo fica a lembrar de ti,
absorto, alheio a si,
enquanto você sonha indiferente
sob o chuveiro.
Esse eu fiz pra minha irmã, por ocasião do aniversário dela. Não é meu costume, mas acontece.
ResponderExcluir